A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é a língua oficial das pessoas surdas no Brasil. Ela é reconhecida pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e pelo Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que também regulamenta a sua inclusão no sistema educacional brasileiro. No entanto, apesar desses avanços legais, ainda existem muitos desafios para o ensino de LIBRAS nas escolas brasileiras.
Um dos principais desafios é a falta de professores qualificados para ensinar LIBRAS aos alunos surdos e ouvintes. Segundo o Censo Escolar de 2019, apenas 15,6% das escolas públicas e 9,4% das escolas privadas oferecem o ensino de LIBRAS.
Além disso, muitos professores que atuam na educação especial não possuem formação específica em LIBRAS ou em educação bilíngue para surdos. Isso compromete a qualidade do ensino e a aprendizagem dos alunos.
Outro desafio é a falta de materiais didáticos adequados para o ensino de LIBRAS. A maioria dos livros, vídeos e jogos disponíveis no mercado são baseados na língua portuguesa e não levam em conta as especificidades da língua de sinais.
Há muita produção acadêmica e científica sobre o tema, mas ainda assim muitos alegam que há pouca e que isso dificulta a atualização dos professores e a elaboração de propostas pedagógicas inovadoras.
Um terceiro desafio é a falta de reconhecimento e valorização da cultura surda nas escolas brasileiras. Muitas vezes, a LIBRAS é vista apenas como uma ferramenta de comunicação e não como uma língua com história, gramática e literatura próprias.
Existe uma tendência à normalização e à medicalização dos surdos, que são tratados como deficientes auditivos que precisam ser adaptados à sociedade ouvinte. Essa visão desrespeita a identidade e a diversidade dos surdos e impede o seu pleno desenvolvimento como cidadãos.
Diante desses desafios, é preciso que haja uma maior conscientização da sociedade sobre a importância da LIBRAS e da educação bilíngue para surdos.
É indispensável mais investimentos na formação de professores, na produção de materiais didáticos e na pesquisa sobre o ensino de LIBRAS.
Por fim, necessário que haja mais respeito e valorização da cultura surda nas escolas brasileiras, promovendo o diálogo e a interação entre surdos e ouvintes.