Os cientistas estão sempre buscando entender como os seres vivos se movem e se adaptam ao longo do tempo. Para isso, eles recorrem aos fósseis, que são testemunhas silenciosas da história da vida na Terra. Mas como recriar o movimento de um animal que viveu há milhões de anos e não tem nenhum parente vivo parecido?
Uma equipe de pesquisadores da Coreia do Sul encontrou uma solução criativa: construir robôs inspirados em animais extintos. Eles usaram materiais macios e impressão 3D para imitar a estrutura e a função de um grupo de equinodermos chamados pleurocistídeos, que foram os primeiros a desenvolver um tronco muscular para se locomover no fundo do mar.
Os pleurocistídeos viveram há cerca de 450 milhões de anos e não têm nenhum equivalente moderno. Eles eram parentes distantes das estrelas-do-mar e dos ouriços-do-mar, mas tinham uma forma muito diferente. Os cientistas queriam entender como eles se moviam e qual era o seu papel na evolução dos equinodermos.
Para isso, eles analisaram os fósseis dos pleurocistídeos e reproduziram a sua coluna flexível, que era formada por placas ósseas articuladas. Eles também criaram um tronco artificial, que era o órgão responsável pela propulsão dos animais na água. Eles testaram diferentes formas e comprimentos do tronco e observaram como isso afetava a velocidade e a eficiência do movimento.
Os resultados mostraram que o movimento mais provável e mais eficaz dos pleurocistídeos era o de varrer o tronco de um lado para o outro, gerando uma força que os impulsionava para frente. Eles também descobriram que aumentar o comprimento do tronco aumentava a velocidade sem gastar mais energia.
Os cientistas afirmam que o seu trabalho tem aplicações importantes para a robótica inspirada na biologia, pois ajuda a escolher as características mais adequadas para os robôs que precisam se mover em ambientes aquáticos1. Além disso, eles dizem que o seu método pode ser usado para recriar o movimento de outros animais extintos, como os primeiros que saíram do mar para a terra.
O estudo dos pesquisadores coreanos ainda não foi revisado por outros cientistas, mas já está disponível em um site de pré-publicações. Eles também divulgaram um vídeo que mostra o robô pleurocistídeo em ação, parcialmente levitando sobre um ímã, demonstrando o efeito Meissner, que é uma característica da supercondutividade.
Esse é um fenômeno que ocorre quando um material perde a resistência elétrica em baixas temperaturas e repele campos magnéticos. Os cientistas alegam que o seu robô é o primeiro a apresentar supercondutividade à temperatura ambiente e à pressão normal, o que seria uma descoberta revolucionária na física.
No entanto, eles enfrentam muita desconfiança e ceticismo da comunidade científica, que já viu outras tentativas fracassadas de criar supercondutores nessa condição. Eles convidam outros pesquisadores a replicar o seu experimento e a verificar os seus resultados.